quinta-feira, 19 de maio de 2011

Lula vai discutir reforma política com centrais sindicais

Do Folha Online

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia, na semana que vem, nova fase de seu projeto de articulação do governo e da sociedade civil em torno da reforma política.




Depois de conversar, em abril, com membros petistas das comissões sobre o tema na Câmara e no Senado, e de reunir, na última segunda (16), os líderes dos partidos da base aliada e das fundações ligadas às legendas, Lula agora vai sentar com as centrais sindicais.

O encontro foi agendado para as 10h30 da sexta-feira (27) no Instituto Cidadania, ONG que atualmente cuida dos compromissos do ex-presidente.

ARTICULAÇÃO

A reunião com a CUT e outras centrais, não será a última que o ex-presidente fará como articulador indicado pelo PT para o debate sobre a reforma política.

Segundo sua assessoria de imprensa, é possível que Lula sente na mesma mesa que líderes dos partidos de oposição para conversar sobre o tema.

A reforma já foi pauta de reunião do presidente do PT, Rui Falcão, e do ex-governador tucano José Serra, na última segunda.

A estratégia de Lula é identificar os pontos de consenso entre os partidos para avançar nas negociações. Na base aliada, existe concordância em prol do financiamento público de campanha, no voto proporcional e na facilitação de iniciativas de participação popular, diminuindo o número de assinaturas para criar projetos de lei, por exemplo.

Um ponto que encontra discordância é o voto em lista - o PT é favorável, mas não tem respaldo de seus aliados.

A reeleição é outro quesito ainda sem consenso. O próprio Lula já foi contra permitir que um político permaneça no poder durante dois mandatos seguintes, mas diz que mudou de ideia. Segundo sua assessoria, ele agora afirma preferir a reeleição porque ela é "um estímulo para que o político faça um bom governo".

O petista também tem solicitado às fundações vinculadas às legendas que estudem modelos de outros países, como Uruguai e Itália, para ver como funciona o sistema político deles e que exemplos podem ser aplicados ao contexto brasileiro.