A atual gestão está promovendo a colocação de monumentos no centro histórico da cidade, ao lado da Prefeitura, que objetivam representar a história dos primórdios da cidade. Porem o que chama a atenção é que há algumas discrepâncias que ao ver de muitas pessoas, acabam desvirtuando a ordem histórica ou o local dos fatos ocorridos.
Começando com a colocação de postes com luz de led na praça do "marco Zero". Ora, o principal monumento é o belíssimo Cruzeiro (foto abaixo) feito por oito semi cruzes de madeira de lei que se ligam por um anel, como uma coroa e que eram iluminadas da sua base com foco para cima, dando total destaque a elas para quem olhasse de fora da praça. Com a colocação do posto mais alto que o Cruzeiro, a iluminação ficou de "cima para baixo" tirando todo o realce às cruzes. Portanto desvirtuando todo o projeto arquitetônico original feito pelo renomado arquiteto João Galdêncio, a pedido do então prefeito Cid Arruda.
Outro desvirtuamento é a edificação do monumento representando o silo. Esse prédio serviu a Nova Cruz no século passado, na década de 20, para armazenamento de grãos para alimento do povo em épocas de secas, e que foi demolido na década de 70, nada tendo a haver ficar ao lado dos monumentos que narram os fatos que originaram o nome de NOVA CRUZ à nossa terra - a anta, o caçador, o rio curimataú. Esse monumento poderia ter sido colocado em outro local próximo a Caixa Econômica, onde ele existiu na época e tanto serviu ao povo novacruzense.
E o que mais chamou a atenção da população foi a colocação da estátua que representa o Frei Serafim de Catânea ao lado do monumento do silo (foto). O Frei é aquele personagem real que rezou a missa no monte alto da vila do Urtigal (onde hoje está a praça do Marco Zero) e o que ele abençoou foi a vila do Urtigal com uma Cruz de Inharé e não o silo, portanto, nada tem a haver esses monumentos um ao lado do outro. Se pelo menos a estátua fosse edificada na praça do Marco Zero, aí sim, a ordem seria correta.
Então o que essas e tantas outras intervenções também em outros lugares da cidade, feitas pela atual gestão mostram na verdade uma falta de planejamento e um desvirtuamento da história da cidade e uma tentativa de um protagonismo da figura do atual prefeito em prol de um esquecimento das ações dos outros gestores que por Nova Cruz passaram nesses 102 anos.
Não se pode mudar o que já é histórico. Nada nem ninguém é maior que a própria História.