Pode ter havido negligencia no protocolo médico da UPA. Secretarias de Saude do Estado e
de Parnamirim investigam o caso.
Maria Robervânia de Carvalho
Gomes, 47 anos, faxineira de uma loja de carros semi novos faleceu nesta quinta
feira, 19 de Março, na UPA Nova Esperança – Parnamirim com insuficiência
respiratória grave e com sintomas do CONVID-19. Apesar dos sintomas
apresentados ela não foi sequer indentificada oficialmente como paciente do
Cornona Vírus informou a rede de notícias G1-RN.
De acordo com o filho de mulher,
João Paulo Gomes, os sintomas começaram a aparecer no fim de semana passada.
“Todos nós gripamos aqui em casa e ficamos bem depois. Ela não melhorou”,
relata. Maria Robervânia morava com o marido, o filho, a nora e uma neta de
quatro anos de idade em Nova Parnamirim, na Região Metropolitana da capital.
Segundo João Paulo, na
segunda-feira (16), a mãe dele se sentiu melhor e viajou a Mossoró, na região
Oeste, para resolver questões pessoais da família. Voltou pior da viagem. Ainda
segundo o filho, ela não trabalhou nesta semana. Na terça (17), procurou
atendimento em uma clínica privada na Zona Sul de Natal.
João Paulo Gomes conta que o
médico que a atendeu identificou que ela estava com sintomas do novo
coronavírus: falta de ar, tosse e febre. Foi aí que orientou que Maria
Robervânia procurasse a rede pública de saúde, para realizar os testes e
confirmar ou não a suspeita.
Ainda segundo João Paulo Gomes, a
mãe dele seguiu direto para a Unidade de Ponto Atendimento (UPA) Nova
Esperança, em Parnamirim. Ao chegar lá, descobriu que não seria submetida ao
teste, por causa do protocolo do Ministério da Saúde e afirmar que não manteve
contato com algum estrangeiro. Ela foi medicada e liberada. A faxineira voltou
para casa, mas o quadro de saúde não apresentou evolução. Já na manhã desta
quinta-feira (19), com muita falta de ar, foi levada novamente à UPA, desta vez
pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Lá eles não fizeram o teste de
novo, pelo mesmo motivo”, afirma João Paulo. Ele conta que a mãe foi entubada,
com dificuldades respiratórias e, às 11h desta quinta, morreu. “Uma negligência
em não fazer o exame logo no primeiro dia, um descaso”, desabafou o filho.
Em nota, a Secretaria Municipal
de Saúde de Parnamirim alegou que “todos os procedimentos de classificação de
risco e de atendimento foram devidamente cumpridos neste caso”.O corpo de Maria Robervânia de
Carvalho Gomes foi levado para o Hospital Giselda Trigueiro, referência local
em infectologia, para que sejam realizados os exames que vão precisar se ela
morreu com Covid-19.
Nota da Secretaria de Saúde
De acordo com nota enviada pela
Secretaria de Saúde de Parnamirim à imprensa, os médicos que atenderam Maria
Robervânia na UPA afirmam que ela apresentava situação compatível com quadro
bacteriano e não com Covid-19. Contudo a secretaria admite a possibilidade de
ela ter se contaminado pelo vírus depois.
(Info G1-RN)