quarta-feira, 25 de maio de 2011

Onda de greves: 12 categorias param até a próxima semana

Por Sérgio Henrique Santos

Natal e estado, estão à beira do caos com a deficiência do serviço público ocasionada pela onda de greves que foram deflagradas na última semana. Ontem, funcionários de quatro Centrais do Cidadão se somaram a outras 11 categorias que estão de braços cruzados ou prestes a fazer isso: motoristas de ônibus, policiais civis, professores, funcionários do Detran, Idema, Emater e Tributação, além dos servidores da Procuradoria Geral do Estado (PGE), os médicos da rede estadual e os técnicos do Idiarn (fiscalização agropecuária), que também prometeram paralisar suas atividades.




Coordenador da Central do Cidadão do Praia Shopping, Aurélio Marques explica suspensão dos serviços aos usuários. Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press.


Está programada para hoje, no largo do Machadinho, um evento que reunirá centenas de grevistas e setores profissionais com indicativo de greve para os próximos dias. Todos vão seguir rumo à Governadoria pedir o atendimento de suas reivindicações. Como a maior parte das categorias pertence ao serviço público estadual, a demanda recai sobre a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que reuniu todos os secretários na segunda-feira passada e ordenou corte brusco de despesas. Os motoristas e cobradores de ônibus, no entanto, são responsabilidade do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal (Seturn).

Não será fácil solucionar todos os problemas. Nas Centrais do Cidadão, por exemplo, se reúnem funcionários contratados e servidores efetivos de diversas secretarias. Eles paralisaram as atividades ontem nas Centrais do Via Direta, Praia Shopping, Zona Norte e Alecrim. "Reivindicamos o pagamento das gratificações, que estão atrasadas desde janeiro. 99% dos funcionários só trabalham nas Centrais do Cidadão por causa das gratificações", explicou Luiz Moura, que integra a comissão que coordena a greve.

As gratificações variam entre R$ 450 e R$ 1.200, além do salário base dos servidores. "Além disso, falta material diário e de limpeza. Tem dias que fazemos cota para comprar água e café", declarou Maria Lima, outra servidora insatisfeita. "As gratificações são um incentivo, mas se o funcionário está insatisfeito, que retorne à sua categoria de origem. Sou absolutamente contrário à greve", disse Aurélio Marques, gerente da Central do Cidadão Praia Shopping. Com a redução dos serviços, quem se prejudica é a população. "Na minha opinião, quem quer fazer reivindicação, que o faça, mas sem prejudicar os usuários", protestou o prestador de serviços terceirizados João Batista de Paiva.