Com a expansão da cidade, concomitantemente com a descentralização
do comércio, a Praça Padre João Maria, assim como todo o centro histórico de
Natal, vem sentindo cada vez mais, a baixa frequência da população local,
fenômeno que tem causado enormes preocupações, principalmente dos comerciantes
que lá atuam há bastante tempo. Foi em função disso que um grupo de abnegados
artistas da música popular potiguar, comandado pelo multi-instrumentista Carlos
Zens, resolveram criar, em 2019, o Projeto Choro
do Caçuá; trata-se de uma roda de choro na sua forma instrumental formada
por músicos instrumentistas potiguares e apaixonados por esse gênero musical e
que, atualmente, é apreciado no mundo inteiro pelas suas características
peculiares genuinamente brasileiras. O Choro
do Caçuá é uma ação sociocultural com várias finalidades, entre elas, de contribuir
na revitalização do centro histórico de Natal, promover a prática coletiva e
interação musical com os frequentadores, bem como movimentar a região, trazendo
emprego e renda para população local.
No dia 23 de abril, em dois momentos 10h e às 15 horas, na PRAÇA
PADRE JOÃO MARIA, centro histórico de Natal, “os chorões” potiguares, como
é assim conhecido entre àqueles que estudam e tocam o gênero musical, o Choro do Caçuá celebrará o DIA NACIONAL DO CHORINHO, data
escolhida por ser o aniversário de nascimento de Pixinguinha pela sua
relevância ao estilo e contribuição para a música brasileira. Na ocasião, o
evento contará com a participação especial do Grupo de Prática de Conjunto de Choro do Núcleo de Arte e Cultura da
Universidade Federal Rural do Semiárido de Mossoró (UFERSA).
CURIOSIDADE
O Dia Nacional do Chorinho é comemorado no dia 23 de Abril em
homenagem Alfredo da Rocha Vianna Filho, que nasceu nesse dia no ano de 1897
mais conhecido como Pixinguinha. Autor
do clássico “Carinhoso”, aos 24 anos
já era um Músico virtuoso completo,
era também arranjador e compositor. Conforme consta no documentário: Pixinguinha, ao mestre com carinho exibido
no Programa caminhos da reportagem, Pixinguinha iniciou na música ainda
criança, ouvindo e observando o pai, que era funcionário dos Correios e
Telégrafos e que gostava de reunir os amigos para tocar chorinho na pensão
administrada pela família. Por volta de 1919, montou OS 8 BATUTAS, O Grupo formado pela maioria de pessoas negras e
pardas, logo conquistou o público com seu estilo peculiar de tocar, após passar
apresentar-se nas salas do cinema carioca, o que era comum naquela época. Ainda
no citado Documentário, o sucesso rendeu um convite do empresário Arnaldo
Guinller para o grupo representar o Brasil em Paris. Esse feito gerou um clima
de racismo enorme por uma parte da elite brasileira. Segundo o Jornalista e
Pesquisador Pedro Paulo Malta, o Jornalista Júlio Reis disse na época: “chocado
com o sucesso daqueles negros pardavascos” ... e, afirma ainda o Pesquisador
Malta: o episódio de racismo vai se repetir em 1922, numa outra viagem pela
Argentina, quando novamente uma parte da sociedade fica chocada com o sucesso
do grupo, “como podem? representar a música popular brasileira com esse tipo de
música rudimentar!” concluiu o pesquisador sobre o que dizia uma parte da
imprensa brasileira da época. Pixinguinha faleceu dia 13 de fevereiro de 1973,
após um enfarto, deixando um legado que engradece a música e a cultura
brasileira, até os dias atuais.
RODA DE CHORO: Choro do Caçuá
LOCAL: PRAÇA PADRE JOÃO MARIA (Centro Histórico
de Natal)]
DATA: 23 de abril de 2022
HORA: Manhã às 10h e a tarde às 15h
APOIO CULTURAL: Oficina Livre de Música/Estação do
Cordel/Maria boa produtora
TEXTO: Armando Souza/ FOTO: Franklin Levy
APOIO DE MÍDIA: Potiguar Notícias